terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A simplicidade e a beleza dos poemas de Manuel Bandeira

Repentinamente, out of the blue, tive vontade de postar aqui uns poeminhas. Já fazia um tempo que tinha descoberto um lindo que ouvi no filme Pode crer! e outro que conheci na época do cursinho.

Manuel Bandeira (1886-1968), formado arquiteto pela Escola Politécnica de São Paulo, foi um poeta de grande expressão, que participou da Semana de Arte Moderna em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal, em São Paulo.

Foi colaborador de jornais e revistas, e fez traduções de romances. Bandeira é autor de Libertinagem (1930) e Estrela da Manhã (1936), entre outros.

Vejam dois poemas lindos de Manuel Bandeira! Versos simples, mas dotados de sensibilidade e beleza.


Nas ondas da praia
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.

Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a estrela-d'alva
Rainha do mar.

Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.

(Estrela da Manhã)


O Último Poema

Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.



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